14.8.07

amor-ódio

odeio com paixão os amigos que mal se acende a luz na sala de cinema começam logo a falar (seja do filme mal-acabado de ver ou de outra coisa qualquer). são geralmente estes que depois, no caminho para casa, se põem a elogiar/condenar as ideias, atitudes, gostos, opiniões e sentimentos das personagens como se de gente real se tratasse: "que ideia tão generosa a dele, dois anos depois ter escrito aquele livro"; "e que bem que ele se vestia..."; "ela no fundo não era má pessoa (ou boa...)". ontem a experiência foi particularmente traumatizante. vimos a 'fita', como dizia a amiga, no quarteto (tínhamos o carro parado à porta). pois na praça de londres já estávamos a ouvir contar, ao pormenor, a história de 'o criado'. isto porque, logo na avenida de roma, a amiga-inimiga tinha reparado numa parença física entre o 'escritor' e o 'dikbogár', o que fez aquele filme como é que se chama, então não te lembras, aquele...? ninguém se lembrava, ou queria lembrar mas ela logo se lembrou e, sem perder tempo começou a contar o enredo. o perigo de pessoas normais, como me julgo, de um momento para o outro, se filiarem numa força do mal como a pide ou a stasi é real...