30.10.07

bad breakfast day

talvez o almoço, com uma amiga, à beira-rio, ainda consiga recuperar a qualidade do dia de hoje. a verdade (minha apenas, claro, como qualquer verdade verdadeira) é que o pequeno-almoço é um prazer solitário (mais outro...). quando hoje respondi à pessoa, com a qual gostosamente o estava a tomar, que tanto me fazia que o café fosse forte ou fraco porque, no primeir caso bebia-o com leite, no segundo sozinho, estava, não propriamente a mentir mas a omitir a parte mais importante da história. isto é, que com café com leite só gosto de comer pão fresco mas com café preto só como torradas. que em pão mole só gosto de pôr manteiga mas em torradas queijo freco. que num caso ponho açúcar no outro não. que de uma maneira como compota, da outra pesto. que do café fraco bebo duas chávenas grandes, do forte uma pequena. que o pão das torradas para o queijo fresco tem de ser integral mas que o pão para o pão com manteira pode ser integral ou não. que não quero ser observada enquanto calculo, gostosa e obsessivamente, a forma como hei-de dividir o pequeno volume branco do queijo fresco de modo a que ele não falte para acompanhar a última dentada de torrada, nem que dele sobre um bocado para a qual já não tenho torrada. que não quero ser vistaa tirar meticulosamente todo o miolo da parte interior do cacete integral antes de espalhar a manteiga nas duas codeas assim produzidas. em suma, que o pequeno-almoço, sendo a refeição inaugural do dia, e como tal em grande medida determinante da sua qualidade, exige uma concentração do eu no eu dificilmente conciliável com a excessiva presença física de qualquer outro.

29.10.07

metrópoles satélite

efectivamente tudo é relativo. telefonou-me a senhora velhota residente desde criança, no laranjeiro, lamentando-se da impropriedade do comportamento do vizinho do segundo andar , que segundo ela, se prende com o facto de ele ser uma pessoa dos subúrbios, de ter toda a vida vivido nos subúrbios. do laranjeiro.

zhong yong

ao tentar explicar, com real intenção explicativa-subjectiva, o nome deste blog (no seguimento do que senti ser uma pergunta de espanto genuino 'mas porquê a "glória do vulgar"?'), e para além da ironia fácil e imediata sobre a conotação pós-modernista, acabei por chegar ao zhongyong. e assim, sem querer, encontrei uma possível tradução para essa tão arrevezada expressão. não digo que seja a última nem a definitiva mas é, pelo menos, tão boa como as melhores que por aí circulam. zhongyong passou então a ser o aliás deste blog cujo ming é antroponímia e que, socialmente, usa o zi gloria do vulgar .