4 years ago
16.9.10
gostava muito
de conseguir escrever palavrões. é que há textos que só com eles (não muitos, bastam dois ou três) podem ser escritos. ora, como não consigo escrever palavrões, fico com muitos textos por escrever. ou melhor, por publicar. na verdade permanecem aqui por baixo, saved as drafts (o que me permite o pequeno gozo de os reler de vez e quando)
podia ser tavira
na festa o dennis aparecia, boinas de aveia e qualquer coisa como chapéus de chuva de gelado grande. mesa algarvia com figueira e escada para figos.
todos a irem a médico amigo que recusa dar zoloft a quem mais precisa. giro o médico noto.
éramos quatro, electrocardiogramas, etecétera que é outro nome para a história (g.s.).
eu no fim digo que não faz mal porque, "sendo de cá" posso sempre voltar. e calo o gozo por o que quero ser nostálgico, por estar de fora.
eu no fim digo que não faz mal porque, "sendo de cá" posso sempre voltar. e calo o gozo por o que quero ser nostálgico, por estar de fora.
on onipotência
qual omni fotografas? qual omni (d)escreves (palavras e acções)?
então onde posso ver as águas escuras e paradas onde boia(va)m telemóveis? como disseste as rochas cinzentas esburacadas onde, em vez (ou além) das muitas formigas em labor exposto, repousa(va)m meio escondidos alguns telemóveis? e o ambiente decadente da clínica, o psicanalista despenteado em roupão e chinelas cor de rosa? com que palavras representar todas as sensações, emoções, recordações, intuições e constatações que são, acima de tudo, de natureza não verbal?
não, nem a realidade é representável nem o mundo é domesticável. nas palavras e nas imagens com que nos pretendes fazer crer que mostras o real, vejo apenas sombras projectadas de outras sombras.
em vão
me esforço por ouvir em sonhos o imenso barulho dos cavalos descendo de rompante a avenida da liberdade na tarde em que se procedia, nos restauradores, a um rastreio auditivo da população.
13.9.10
com(em)oção
e eis que de repente encontro, fora de mim, o meu próprio coração.
o meu próprio coração a olhar-me a direito, o sorriso entre o doce e o trocista.
como ele é quando lhe acontece ser quem TU o
fazes.
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