27.9.08

green, blue and red

no decurso de demorados rearranjos domésticos, apoiada por uma jovem mulher para cujos olhos verdes não me canso de olhar, aparece, literalmente out of the blue, uma bandeira da juventude comunista portuguesa. como a minha ajudante nasceu e cresceu na bulgária comunista, sinto a necessidade de lhe dizer alguma coisa sobre o inesperado objecto que temos entre mãos.
"esta imagem - perguntei a apontar para a foice e o martelo - traz-lhe boas ou más recordações?"
ela não respondeu imediatemente e eu fiquei à espera, de repente muito interessada pela resposta que havia de vir. quando chegou as palavras sairam muito pausadas-pensadas:
"boas... sim boas".

bom-dia de manhã

é como me cumprimenta que horrível palavra, talvez 'saúda' fosse aqui mais apropriado, de manhã, um amigo cuja língua materna abomino esta palavra a qualificar "língua", mas como acho 'nativa' ainda pior e 'primeira' bastante absurdo, tenho de a usar-gramar não é o português. esta reafirmação da conhecida criatividade linguística, característica dos falantes de línguas segundas outro qualificativo absurdo já que este meu amigo antes de aprender português aprendeu não sei quantas outras línguas antes poderia dizer língua 'outra' mas não quero pois estaria desse modo a remeter para o que seria uma língua (do) 'eu', fundamentalismo que gostaria de evitar tem refrescado e aligeirado o calor pesado das manhãs tardias.