6.2.09

sem pensar no a. vitorino de almeida

ontem

uma amiga vem cá a casa de manhã para mandar uns emails a umas pessoas. como não traz as moradas de correio electrónico delas, nem sabe a passaword do seu próprio correio electrónico (e o marido, contactado pelo telefone, recusa-se a responder dando apenas grandes gritos do lado de lá do fio, fácil de imaginar porquê...) não fazemos nada (e ainda correm umas lágrimas).
um amigo encontra-se comigo na missão de macau, à cinco de outubro, as 6 da tarde, para irmos à cinemateca as 7.30 ver um straub, inédito comercialmente em portugal. chove mas com o propósito de ganhar uns dias de vida, vamos a pé. chegamos um quarto de hora antes mas como não há bilhetes, os reservados faltosos são quatro para 9 candidatos, e não há outro filme àquela hora, não fazemos nada (e ainda compramos outros minutos de vida).
o mesmo amigo vem cá a casa, à noite, para sincronizarmos o seu iphone com o macbook. trata-se de um mac velho que perde a bateria mal o ligamos. como não há adaptador para a ficha da máquina (comprada em hongkong tem três pernes) não fazemos nada (e ainda provamos uns vinhos).

dúvida

ter-se-á mesmo acabado a "terrível realeza das mães"?

é de ler (sobre obamania)

new york times. muito divertido.
obrigada rosava.

4.2.09

na padaria de st. isabel

- bom dia. por acaso ainda tem pão integral?
- não, já só há o que está à vista...
- então e desses aí o que é que é mais escuro e menos fofo?
- então tem bolinhas de mistura, pão de água e pão de cereais...
- o que é pão de água?
- ah é pão...
- sim isso calculo.... e já agora o pão de cereais ... em que é que é diferente dos outros que também hão-de ser feitos todos com cereais?
- sim mas este é especial porque tem farinha de trigo, farinha de centeio e farinha de cereais.
- já percebi. então levo um pão de cereais se faz favor.

3.2.09

a new word: "altermodernism"

é, segundo nicolas bourriaud, o curador (francês whatelse?) da 4ª trienal da tate-britain, hoje citado pelo guardian the moment when it became possible for us to produce something that made sense starting from an assumed heterochrony.
depois da pós-modernidade ter (declarado) morto o sentimento da inevitabilidade do progresso, o traço dominante da modernidade, a altermodernidade, assente na globalização, insiste, de acordo com outro texto no mesmo jornal, numa nova e radical possibilid
ade para a modernidade, declarando-a mesmo a Good Thing.

2.2.09

parece mentira mas é verdade

hoje a minha hesitação das noites de segunda - não ver o programa da rtp1 pelo embaraço que me provoca a actuação, sempre tragicamente patética, da senhora que o anima (os contra) e vê-lo por não conseguir deixar de, pelo menos, ir espreitar o que lá se passa (os prós) - é quase dolorosa. a verdade é que daqui a muito pouco tempo a "animadora" do programa da rtp1, decerto com a ignorante e jovial displicência que a caracteriza, vai ouvir e fazer-nos ouvir (já decidi que não resisto a ouvir também) o que "pensa o país" sobre o chamado caso freeport. que "país" irá ser ouvido - os suspeitos, os não suspeitos, os suspeitadores, os investigadores, os publicadores, os procuradores? que "freeport" irá ser pensado - o que está em segredo de justiça ou o que está nas bocas do país? uau já começou...

cínicos têm razão: mais outra que "ele" não vai conseguir mudar

homejacking?

hijack ou highjack
-to steal (goods in transit, a truck and its contents, etc.) by force
-to steal by stopping a vehicle on the highway
-to commandeer (a flying airplane) especially by coercing the pilot at gunpoint
-to stop and steal from (a vehicle in transit)
-to kidnap
-to steal or rob as if by hijacking b: to subject to extortion or swindling
-To stop and rob (a vehicle in transit).
-To steal (goods) from a vehicle in transit.
-To seize control of (a moving vehicle) by use of force, especially in order to reach an alternate destination.
-To steal from as if by hijacking.
-To swindle or subject to extortion.
hijack law definition
To take over control of a vehicle or airplane by use of the threat of force.

(resultado de busca feita por mais de meia dúzia de dicionários (nos quais a palavra homejacking nem sequer aparece)

deduzo que o seu uso pela "nossa" polícia e pelos "nossos" juizes seja outro dos mui frutuosos resultados da sua recente colaboração com o gabinete das fraudes a sério, do RU (de onde, by the way, acabam de ser despedidos, por indecente e má figura, uma data de juristas).
ou então a reunião de emergência destinou-se a tratar apenas do assalto a roulotes e a outros tipo de caravanas, facto que o jornalista do dn se esqueceu de referir em mais uma despudorada tentativa para desacreditar a polícia e a justícia nas quais reside a garantia da nossa democracia.

1.2.09

autoridade e literacia

desde a primeira colecção, ainda só com quatro exemplares, que as escovas de dentes constituem um problema dificil de gerir. as dificuldades advêm da conjução de duas ambivalências: do próprio objecto - ferramenta de higiene individual e intrumento de brincadeira colectiva, e da dependência amorosa entre os sujeitos, marcada, sobretudo entre os bébés, pelo desejo incontornável de lavar os dentes do eu com a escova de dentes do outro. hoje a julia pensou, redigiou e publicou este regulamento no qual se determina a reprivatização das escovas de dentes, se estabelece, com carácter definitivo, a propriedade de cada exemplar, devidamente identificado pela sua cor e animal, e se nomeia a entidade de recurso em caso de conflito entre as partes.
apesar de ter dúvidas sobre a força da palavra escrita junto dos iletrados,
por sinal os mais desordeiros, promulguei e fotografei o diploma que assim
entrou aos 01/02/09
(a forma da data é uma boca para a mimas).