7.5.09

trocanterite

a manhã acordou hoje oferecendo à humana contemplação
a primeira folha da videira e o espectáculo desta rosa a abrir

3.5.09

sete bicas

já sem cinema para ver, fico em casa a fazer o meu próprio filme.
o protagonista é um homem de meia idade que um dia descobre que o seu analista, de há 25 anos atrás, é seu inquilino desde há muito tempo. a revelação dá-se porque o inquilino psi se queixa de que lhe cai água em casa, situação da qual fornece uma prova (que o proprietáro acha patética mas se sente forçado a aceitar) e exige reparação imediata.
quando sai de casa para ir ver o que se passa no andar alugado, o homem desconhece a rua, percebe que a altíssima parede cega, muito branca, que vê pela primeira vez, é a traseira do prédio do analista, mas não encontra maneira de a contornar.
na cena seguinte, o homem está na taberna que fica por baixo de sua casa, a provar um prato típico do local. tanto ele como as senhoras que o servem, atrás do balcão, se espantam por ele ali morar há tantos anos sem nunca ter experimentado a especialidade da casa.

de Herzog, herói do indie 2009, tive a sorte de ver "woyzeck"

sobre o qual li "coisas" das quais cito 2 excertos.
Like all the Herzog-Kinski collaborations, the film deals wonderfully with alienation and loneliness: the desire to stay sane under stressful and abnormal circumstances, the inability to cope with frustration, and the (usually unsuccessful) attempts to stave off of paranoia when under attack whether physically or psychologically. That so few other films even ponder these questions, however fleetingly, is something to be rued. (alternative film guide)
Mr. Herzog is a poet for whom neither Marx nor Freud supplies all the answers. He cherishes as well as guards the mystery at the heart of Woyzeck. (new york times)