27.11.10

tal como certas camisolas

o dia a dia dos que fazem a sua vida, todos os dias, rapidamente fica cheio de borbotos.

cv

I choose no face to look at, choose no way
I just happen to be here, and it's ok.

não foi o cão

mas o leão. ainda sinto as suas garras, delicadamente recolhidas (para não me magoar o pescoço) quando salta de alegria, duas vezes o meu tamanho, patas imensas cobrindo-me os ombros como se fosse um xaile.
tão distinto como o veludo de vermelho na palidez da palha, uns gritos sufocados, o sangue, o sangue, toda a gente a olhar para mim... e agora, o que fazer?
era doméstico, afinal, o animal do sacrifício. talvez um cão. a surdez com que tudo se desenrolou diante dos meus olhos, mas escondido pela macieza da palha (e do veludo, alias akka, ou roots world how did it go?) o sangue, o sangue, toda a gente...
tens de fazer quaquer coisa, não é possível, pura e simplesmente, criar um leão, não é normal amar um leão, even for you, it might be dangerous. is it?

26.11.10

por contaminação

é como escrevo.

out of the courtroom

- togas ou tugas?
- do you mean 'por tugas'?
- no! por togas...

in the courtroom

a escrivã que vai transcrever o que (não) vai ouvir, em baixa voz: é favor levantar-se. levanto-me.
a advogada, cuja pessoa vai retirar parte da proa à proa do adversário advogado, sem voz: tire a boina. tiro a boina.
a juíza, a quem a advogada não voltará a tomar pela menina, redondinha, da secretaria do tribunal, em alta voz: a senhora pode sentar-se. sento-me.