persepolis conta-nos tudo aquilo que já sabemos o que, para além dos belíssimos desenhos que animam as personagens, é talvez o maior mérito deste filme que a realizadora (e protagonista) afirma ser, acima de tudo, um filme sobre o amor que ela tem pela sua familia.
no meu caso, a identificação familiar e amorosa foi absoluta: durante as mais de três horas que dura o filme fui, ao mesmo tempo, a(quela) filha, a(quela) mãe e a(quela) avó. amei-as a todas por igual, como a mim própria, sem em momento algum me sentir mais perto de (mais identificada com) o papel de qualquer uma delas. o que não sei se se deve à minha experiência pessoal na interpretação dos três papéis familiares se a um efeito estético conseguido pela construção da perfeita continuidade na linhagem familiar feminina.
mas nada disso importa muito. o que aqui conta mesmo, creio, é o modo como
uma (h)istória ocorrida num lugar determinado e num tempo específico, logo, em condições únicas e circunstâncias particulares, se transforma (a essencialidade produzida pelo preto e branco, a imensa força expressiva da mistura entre a abstracção e o realismo do desenho) n
A História: a minha história, a tua história e a história dela. a nossa história.