5.12.09

de re diplomatica

depois deste nosso reencontro... passados mais de 30 anos, gostava... se você não se importasse... gostava de lhe perguntar uma coisa...
- ora essa, faça favor.
- é uma questão pessoal... é que tenho tido curiosidade, toda a noite... você foi sempre assim?
a mão com que a mulher não agarrava o iphone voou automaticamente para a cabeça enquanto a voz lhe sumia.
- não. toda a vida tive cabelo. isto foi recente... um corte radical do qual já estou arrependida...
- então e como é que tinha o cabelo?
- não sei, normal, nem curto nem comprido, assim como toda a gente, anónimo ...
ainda olhava à roda a ver se alguém ia em seu socorro quando ele volta a atacar.
- não, não era o cabelo... do que me lembro é da cara... foi sempre assim, a sua cara?
- não. já foi nova...
- não, eu refiro-me ao nariz. lembro-me dele ser muito maior. eu, pelo menos fiquei sempre com a ideia de que você tinha um nariz assim bem grande...
a mão, que tinha ficado esquecida na cabeça, sobressalta para o nariz, cuja morfologia se demora agora a afagar e a apalpar, prova muda da normalidade do feitio e da mediania do tamanho.
- parece-me que sempre foi pequeno... enfim pelo menos foi sempre deste tamanho ... quer dizer, nunca fiz nenhuma operação plástica para o diminuir.
- não, não é isso. eu não estava a pensar num nariz descomunal... daqueles imensos que.... sabe, um nariz enorme... mas é curioso, de facto eu lembrava-me de si com um nariz grande. foi o que me ficou na memória, desse encontro, depois destes anos todos - foi uma mulher de nariz grande.

4.12.09

natal proletário

esqueci-me de explicar que para ouvir a música e a história do ary, no post os operários do meu natal, cada um dos meus seis mini-operários terá de clicar no seu próprio nome.
de facto, se clicarem na imagem, como bem protestou uma mãe (apressada), não vão parar a sítio nenhum.

a música,

que tu dizes transcender os espaços, para mim cria espaço(s). não sei é se a qualidade do espaço criado é uma criação da própria música ou da pessoa que a ouve. em suma, se sou eu que oiço a música ou se é a música que me ouve a mim.

a casa

quando passa de armário a cenário: do vermelho, do roxo, do amarelo e do predominante laranja, para trás, a luz coada pelo muito branco e plástico veneziano. isto de dia, que de noite são outras as vistas e portanto as cores.

3.12.09

anybody there?


United States
Haverhill, Massachusetts



2.12.09

resposta, desenvolvida, à teresa j.

e mais a myra, romance da maria velho da costa, que, de momento (ainda vou a meio), se me apresenta como uma fantástica (no duplo sentido da palavra) história de um amor entre uma menina "má" e um cão "mau".
também no campo da "ferocidade humana", os cantos de estima, um livro de poesia de uma jovem poeta brasileira, júlia hansen de carvalho, susceptível de ser downloadado daqui. escrita que, e seguindo o conselho do postfaciador da obra, venho longamente mastigando pelos dentes.
e afinal ainda no mesmo campo, uma tradução em português, da irigaray (apesar de fortuita, esta homenagem acaba por lhe ser  destinada...) intitulada je, tu, nous,* um texto e uma autora sobre o qual muito gostaria de a ouvir a si


* com autorização da j.butler, que, nesta entrevista, afirma dar a irigaray nas suas aulas... 

1.12.09

resposta à teresa j.


ando, entre a nostalgia e a esperança, a ler sobre o supercontinente
pangaea e sobre o grande oceano panthalassa que o rodeava... 

30.11.09

os operários do meu natal


chamam-se, por ordem natalícia:

teresa 
maurício 
francisco 
júlia  
emília  
clara

PS: obrigada rosava. sim, tinha visto/ouvido. mas depois de partilhado, esta manhã, ficou a saber-me de outra maneira... e claro ao tiago, do cinco dias, que ao relembrar-nos "isto"passa a ser também operário dos nossos natais.

29.11.09

(t)eco

teresa: a avó sabe quantos quilos é que eu já tenho?
avó: não, quantos?
teresa: oh mana diz à avó quantos quilos é que eu tenho!
clara: 17.
teresa: tenho 17 quilos. e sabe avó, na minha sala eu sou a menina que tem mais quilos. é verdade mesmo...