19.7.07

espaço utópico

porque sem perguntas nem respostas.

17.7.07

i-lin

pelo facto de o i-phone não aceitar o wenlin tenho de reformular todo um projecto de vida traçado e aperfeiçoado ao longo dos últimos três anos.

bairro da abrótea

como costumo fazer fui logo ter com ele mal cheguei a lagos. disse-lhe duas ou três coisas mas esqueci-me de contar a história do carro. e, portanto, de lhe pedir desculpa por não ter tomado bem conta do dito. à saída reparei que o campo, à volta, que tanto me entristecia (por não ser mar) é agora cidade.

fumadora pós moderna

pela minha experiência, de fumadora e de vida com fumadores, tomava por garantido que cada fumador fumava sempre a sua própria marca (português suave, malboro, gauloise, etc). até me lembro de por vezes ser mais simpático esta com a do que com b, pois a fumava o que eu fumava. afinal estava redondamente enganada. ao encontrar ontem a l. num restaurante notei que ela tinha na mesa, ao lado do copo de aguradente, um montinho com quatro maços de tabaco diferentes: sg gigante, malboro, gauloise e dunhill mentol. julgando que pertenciam a amigos temporariamente ausentes da mesa, nada comentei. no entanto, pouco tempo depois reparei que ela ora fumava de um maço ora fumava de outro, ora de outro e de outro, o que faziam com no topo da pilha estivesse sempre um maço diferente. estranhei que ela não tivesse uma marca própria. inteligentemente ela respondeu que tinha, tinha quatro marcas próprias. que distribuia ao longo do dia consoante o que estava a beber, com quem estava a conversar, a música que ouvia, o livro que lia. até, comentou, conforme a sua disposição física: se estou assim um pouco enjoada, fumo dunhill com mentol que me ajuda a acalmar o estômago. fiquei maravilhada com a pluralidade de identidades de fumo que caracterizam o fumador do mundo global.

pensamento e acção

sempre notei que a minha reduzida capacidade intelectual aumentava consideravelmente desde que reunidas as seguintes condições: estar ao volante de um automóvel (de qualquer marca ou cor), a guiar numa estrada conhecida (independentemente de ser auto, ip ou mun), viajando sozinha (com ou sem música boa). novamente este ano, mal me encontrei na situação descrita, comecei imediatamente a pensar. não é que tenha descoberto a arte de ser feliz ou, vá lá, a técnica de obrigar os ricos a pagarem o que eles chamam 'crise' e que afecta os pobres. mas cheguei a uma centena de pequenas e pessoais decisões (visões e revisões que, naturalmente, um minuto pode vir a revirar) mas que me proporcionaram durante algumas horas o imenso gozo interior de me sentir inteligente e independente, alegremente ao comando da minha própria vida.

parque automóvel continua a escurecer

a percentagem do sombrio, no parque automóvel português, aumentou consideravelmente de 2006 para 2007. com efeito, a mais recente estatística, realizada no dia 15 de julho, entre lisboa e lagos, indica que em cada trê automóveis, um é preto, outro cinzento escuro e o terceiro cinzento metalizado. os resultados da sondagem anterior, efectuada na mesma época do ano e no mesm o trajecto, apontava para a existência de meio carrro de cor por cada dois pretos ou cinzentos. desanimador.

praça

os cavalos a correr, as meninas a saltar...

roundabout

depois desta penosa ausência só me apetece começar, como na infância,'querido diário', cá estou eu a escrever depois de...só que ao meu lado direito está um puto, muito ruivo, com não mais do que 6 anos, mini mãos teclando ajuizado um jogo, e do lado esquerdo um velhote de com um ouvido ao léu e outro coberto por um auscultador a recomendar a alguém que compre, compre se for boa compra. depois lá mais para o fim da fila, estamos todos voltados para a parede cinzenta, está um homem bastante interessante, uma mulher quase desinteressante e um outro tipo que por estar numa cadeira de braços (ao contrário de mim que estou num banco)se reclina tanto para trás que as costas da loura quase desinteressante o tapam praticamente por inteiro. numa palavra, não estou no século ix, não escrevo com caneta de tinta permanente, não posso mexer na folha em que escrevo, não estou escondida na ruína de lá de cima, em são joão. põe-se então a questão de saber onde estou e o que faço aqui. uma dúvida recorrente quando estou em lagos mas hoje levada ao seu ponto máximo por estar na praça d'armas, mesmo em frente da minha antiga escola, na web, na net, a surfar, a blogar, a downloadar, a postar, a uploadar, a emailar... a ilusão do eu é o ponto onde neste momento se misturam três séculos de escrita diarística: o romântico ix (o diário ideal), o moderno xx (o real profissional), o pós moderno xxi (a realidade do virtual)