27.2.10

tirada com o meu iphone




somos felizes?

colocada a questão desse modo, que instaura uma oposição entre dois termos - feliz/infeliz, valorizando o primeiro contra o segundo - não poderemos ambas ser se não infelizes: por fora infelizes, quando somos infelizes, e infelizes por dentro, quando somos felizes, pelo receio inevitável de perdermos isso a que chamamos felicidade. 

colagem

em casa de meu pae, nos longos serões das espaçosas noites do inverno, sem outras mulheres, entregas-te com afinco ao trabalho paciente que dá forma à nossa impaciência.   

26.2.10

viagens na nossa terra 4

em pleno de leite no campo, esse local sem definição certa nem locação definida, que amigo define como o sítio onde se pára para fazer chichi, essa palavra sem ortografia certa nem forma estável, que uns escrevem com dois Xs, outros com dois CHs, uns em palavra únicas, outros em palavra hifenizada mas que poucos desordenam mixando-a com CH e X. ou, for that matter, com CH ou X.

viagens na nossa terra 3

"porque, certamente segundo as desventuras são desarrazoadas e graves, aos homens se haviam de fazer; mas, quando com êles não puderam, tornaram-se a nós, como á parte mais fraca. e assim é que padecemos dous males, um que sofremos, e outro que se não fez para nós. os homens cuidam outra cousa, mas o que das mulheres não cuidam êles?! logo, costumaram ter em pouco as suas tristezas. mas se élas, por isso, teem razão de serem mais tristes, sabê-lo-á quem souber que mágoa é manter verdade desconhecida!"

viagens na nossa terra 2





três a dois 


careca e motorista não contam

juana molina



uma paixão recente mas premente,
esta mulher e a música que ela faz.

o seu belíssimo "un dia" pode aqui
ser ouvido.

24.2.10

viagens na nossa terra 1

reflectida no olhar da minha companheira de cansaço, a sordidez melancólica desta chegada a lisboa de camioneta - o que ambas, no presente idiolecto do seu espaço passado, referem por desembarque na capital da camioneta de carreira.

21.2.10

por voz alheia

é-me dado re-elaborar as velhas angústias e as culpas antigas de que se faz, e sempre se renova, a imensa complexidade dos meus sentimentos perante os sentimentos (irremediavelmente) alheios.

in temporal

vou testando os meus limites do tempo e do espaço.

da mente

a característica mais distintiva é sem dúvida a infinita subtileza da sua tão variegada coloração.

entusiasticamente

transcrevo * a última das sete proposições básicas que estruturam a primeira obra do mesmo filósofo, que na tradução inglesa de Pears/McGuinness, reza assim: “what we cannot speak about we must pass over in silence”. 


* manifestação do meu velho hábito de viver com e do que leio

imodestamente

parafraseio o que diz certo filósofo sobre a sua última obra, anotando aqui que este blog tem duas partes: o que nele é apresentado e ainda tudo o que eu não escrevi.*

* é aliás nesta segunda parte, que está qualquer questão realmente importante.

imediatamente

após a repentina despressurização, me caíu uma máscara que ainda hoje uso com proveito.