4 years ago
24.4.10
vivó 25 de abril!
comemorado hoje, dia 24, com jantar da CDU, no chinicato (e onde havia de ser se tudo agora nesta terra vai ter à nova megatrópole que dá pelo nome de chinicato?). para lá vou com o meu amigo zp que mui camarada e simpaticamente se ofereceu para me vir buscar. para cá logo se vê...
facing north
em vez de me ditar, ditar,
e pejar-me em vez de des-pejar;
a linha azul no espaço da linha vermelha,
no lugar - a mente - do traje adequado a peso e altura, um hábito que não me serve;
em vez das meias brancas, os pés descalços na calçada à portuguesa,
a aspereza continuada do algarvio em vez da intermitência brasileira;
perdida toda a subtileza do incenso em prol da força bruta da pimenta e da canela.
e pejar-me em vez de des-pejar;
a linha azul no espaço da linha vermelha,
no lugar - a mente - do traje adequado a peso e altura, um hábito que não me serve;
em vez das meias brancas, os pés descalços na calçada à portuguesa,
a aspereza continuada do algarvio em vez da intermitência brasileira;
perdida toda a subtileza do incenso em prol da força bruta da pimenta e da canela.
23.4.10
severinas retirantes*
uma tem a forma e o comportamento de um bebé recém nascido que, quando não está a engolir a papa, está ferrado a dormir, muito sossegadinho no seu pequeno berço esverdeado.
outra, já rapariga-mulher, sempre imóvelmente alongada na cama branca, a trança preta repousante em cabelo de cinza, espera pelo beijo do príncipe desconhecido que a acordará, finalmente para não voltar nunca mais a adormecer.
a terceira é uma menina assustada, olhos de susto azul, boca rosada sempre entreaberta, só com dois dentes, inúteis, espetados para a frente, e um velo cabelo encarapinhadamente branco - de boneca.
* cujas vozes caladas, depois da partida culpada dos filhos, atravessam a noite do tempo entoando em silêncio solene o refrão que vos compete: morremos de morte igual, mesma morte severina
outra, já rapariga-mulher, sempre imóvelmente alongada na cama branca, a trança preta repousante em cabelo de cinza, espera pelo beijo do príncipe desconhecido que a acordará, finalmente para não voltar nunca mais a adormecer.
a terceira é uma menina assustada, olhos de susto azul, boca rosada sempre entreaberta, só com dois dentes, inúteis, espetados para a frente, e um velo cabelo encarapinhadamente branco - de boneca.
* cujas vozes caladas, depois da partida culpada dos filhos, atravessam a noite do tempo entoando em silêncio solene o refrão que vos compete: morremos de morte igual, mesma morte severina
22.4.10
mistura de infantilidade pateta com patética senilidade
poderá explicar o divertimento que sinto por estar à beira de plantar aqui o meu 1500 post(o); ou o meu entusiasmo por ter hoje doze "seguidores" (esta palavra é que tende a matar o entusiasmo, tenho de arranjar outra para o proteger da morte...) em vez dos dez que tinha na semana passada.
e há mais.
e há mais.
21.4.10
what's in your mind (à la facebook com inspiração seusseana)
havia coisas paradas e havia coisas a mexer. coisas paradas!? se eram realmente coisas como podiam estar paradas? as coisas estão sempre em movimento, as coisas andam naturalmente de um lado para o outro, num movimento natural que começa a leste e se dirige para o oeste (sem contudo nunca lá chegar...). pronto então não seriam coisas... mas e o que poderiam ser aquelas coisas, em tudo iguais às outras mas que não se mexiam? poderiam ser paragens? acho que não pois, como sabes, toda a paragem, sendo paragem de (um) movimento, é ainda uma parte do movimento. parar é andar, uma paragem é um movimento parado, se quiseres um movimento sem movimento. como deves imaginar, isso é que é o auge do absurdo, o movimento ou (se) move ou não é movimento.não sei, sei que havia coisas e que, entre elas, umas era como se estivessem paradas e outras era como se estivesse em movimento. agora - que se tenham posto todas a andar ao mesmo tempo... isso não há como crer (nem querer).
20.4.10
almoço de cogulo*
foi o verbo que marcou o almoço deste mês: as duas tigelas de bacalhau à brás vinham completamente de cogulo; os morangos, apesar da rasoira feita na cozinha, chegaram e sobraram; e dos chocolates, de todas as variedades, se encheram as tigelinhas, várias vezes, e sempre de cogulo.
* a palavra vem do latim, "cucullus", que significa «capuz; capa», daí a existência da palavra 'cogula', uma espécie de túnica larga dantes usada por religiosos no norte do país.
* a palavra vem do latim, "cucullus", que significa «capuz; capa», daí a existência da palavra 'cogula', uma espécie de túnica larga dantes usada por religiosos no norte do país.
19.4.10
infusão (de ervas folles?)
tanto posso escrever con-fusão como sen-fusão: ambas servem a intenção (d)escrita uma vez que qualquer um dos seus referentes resulta do e resulta no outro.
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