12.12.09

more on the same

In the end, what is to be done? After watching “Capitalism,” it beats me. Mr. Moore doesn’t have any real answers, either, which tends to be true of most socially minded directors in the commercial mainstream and speaks more to the limits of such filmmaking than to anything else. Like most of his movies, “Capitalism” is a tragedy disguised as a comedy; it’s also an entertainment. This isn’t the story of capitalism as conceived by Karl Marx orNaomi Klein, and it certainly isn’t the story of contemporary American capitalism, which extends across the globe and far beyond Mr. Moore’s sightlines.
(...)
As it happens, the most galvanizing words in the movie come not from the current president but from Roosevelt, who in 1944 called for a “second bill of rights,” asserting that “true individual freedom cannot exist without economic security and independence.” The image of this visibly frail president, who died the next year, appealing to our collective conscience — and mapping out an American future that remains elusive — is moving beyond words. And chilling: “People who are hungry and out of a job are the stuff of which dictatorships are made.” It’s a brilliant moment of cinema both for the man delivering the speech and for Mr. Moore, who smartly realized that he’d found one other voice that needed to be as loud as his own. 


e mais concordância muita com new york times

capitalismo: uma história de amor


is by turns crude and sentimental, impassioned and invigorating. It posits a simple moral universe inhabited by good little guys and evil big ones, yet the basic thrust of its argument proves hard to resist. 

muito concordo com critica do guardian

sophia ou a perseguição do real

um poema foi sempre um círculo traçado à roda duma coisa, um círculo onde o pássaro do real fica preso.

10.12.09

lá está,

assistir ao aparecimento do presidente da república de mãos dadas com a sua mulher, em tudo o que é cerimónia oficial (prática que julgo ter sido, em má hora, inaugurada pelo actual "casal" * presidencial) deixa-me sempre bastante constrangida. ou não fosse ele o presidente de todas as portuguesas.
admito que outros presidenciais entrelaces manuais não me provocam a mesma reacção alérgica. e aceito que estou a usar de dois pesos e duas medidas. mas como não o fazer se em obama o que se mede é o movimento, a liberdade e a alegria corporais enquanto que no corpo de cavaco o que nos pesa é a rigidez, a contracção, e a desconfiança mentais? se as mãos dadas do casal barack-michelle relevam de uma eufórica ofensiva face à vida e ao mundo e as mãos dadas de aníbal-maria revelam a imensa tristeza de uma atitude defensiva?


"casal" com aspas, sim senhora, porque o que elegemos foi um indivíduo e não um casal.

9.12.09

encarcerada na flexão verbal


há muitos anos e num local distante, um vulgar lápis subitamente atirado à minha cabeça só não mudou a história porque eu não * à altura dela.

* só em fantasma posso usar o verbo: o imperfeito  'estava' acentua que agora 'estou' (uma vã glória) e o perfeito 'estive' omite que agora 'estou' (glória em vão).  

8.12.09

melhor do que isto é difícil


ocorre-me agora avisá-la que a mãe não vem cá de férias, que eu estou a precisar imenso de mãe e por isso espero que a mãe precise de filha. vamos trabalhar imenso, vai ser uma canseira. as mães mãem as filhas filham, diria confúcio se tivesse nascido moça.

ducha


não sei

se a  minha alma espera pelo senhor mais do que as sentinelas esperam pela aurora; sei que a imagem fantasticou o meu corpo em sentinela que espera por uma alma.

se tudo é vaidade,

então a vaidade é tudo. mesmo a humildade.

8 de dezembro

dia de nossa senhora da conceição, acho que é mãe de deus, rogai por nós.

7.12.09

depois da queda das chaves no boeiro

a prudência recomendava a mudança dos canhões ...



6.12.09

sem culpa

não sou capaz de me deitar na cama a ler um romance numa tarde domingueira de chuva fria; tal como não consigo ver um filme, comprado, alugado, emprestado, ou downloadado para o meu computador, enquanto houver, no mundo, alguma luz do dia. *

* mesmo em escuros dias sem luz ou em casas com todas as portadas das janelas fechadas