a mudança, é-nos dito, decorre da 'competição' (não 'interacção') entre as duas forças operativas do/no mundo: 'filia', que junta as coisas, e 'neikos' que as separa. isto é, uma constrói a outra destrói - valores absolutos, ao que parece. não se transformam mutuamente. no amor não está presente o principio do ódio nem no ódio o amor. tese e antítese, portanto. só mais tarde virá a síntese talvez
deste lado temos dois valores, igualmente opostos mas de natureza radicalmente diferente: quando se encontram, no tempo, transformam-se mutuamente. o que anula a ideia de conflito e acentua absolutamente a ideia de relação de cooperação.
a partir de uma outra perspectiva, ver-se-ia a filia como o 仁 - a relação de cooperação entre dois humanos, o amor, a benevolência, etc. mas como entender 'neikos'? 仁 não é o termo de qualquer par (ele é o par).
em contrapartida, se a aproximássemos de 文, teríamos o 武. e as coisas poderiam funcionar. desde que, naturalmente, estivessemos dispostos a dar o salto mor(t)al que é ver em 文 a amizade, isto é, a relação de cooperação/construção, e em 武 a não-relação, logo a separação/destruição. afinal é sempre para alguém que nos decoramos a nós próprios e que (nos) escrevemos e descrevemos.
era então a ti que procurava sem saber, a ti que escrevia sem perceber.