17.9.08

um filme duas perplexidades

primeira
poderá alguma coisa ser boa demais? se sim, então este filme é bom demais. com isto não estou a sugerir que ele poderia ser melhor se fosse menos bom. creio que tal como um filme mau demais é sempre um mau filme, um filme bom demais é sempre um bom filme.
segunda
poderá desaparecer de vez a antiga distinção entre ficção e documentário? se sim, então este filme é o exemplo mais acabado desse novo género híbrido (tão do agrado dos novos cineastas chineses).
não se trata de negar a existência das suas "partes" mas de perceber como o filme está para além da distinção entre elas. mais do que justapostas, elas aparecem misturadas numa abordagem cinematográfica através da qual a subjectividade dos diferentes autores/actores aparece inscrita na própria objectividade do que eles filmam/representam.
por tudo isto me parece que as "duas histórias" do filme não cabem na tradicional (di)visão da história dentro da história: neste filme, a história que o filme conta é a história do filme que a conta.

16.9.08

how big is small?

esta idade tem ainda a vantagem de nos permitir
ver as coisas assim como que um pouco desfocadas
disseste tu nesse final tão azul da tarde de ontem.

15.9.08

email recém recebido

"imaginei que gostasse:
a filha da wong faye e do seu ex-marido, dou wei, chama-se Dou Jingtong (竇靖童, lit. meaning "child of Dou and Jing") porque a wong faye dantes usava o stage name "jingwen".
giro, não é?"

imagens do sonambulismo

que caracteriza o "despertar da china" (mau título de bom ciclo de cinema)

另一半
ling yi ban (a outra metade) de ying liang, 2006)













芒种 mangzhong (a subida das espigas) de zhang lu, 2005














por acaso é este mesmo azul (na foto do filme de ying liang)
que marca tão forte e generalizadamente o filme de Zhang Lu