4.7.09

the constant teacher

ensinou-me hoje que as plantas não gostem que as tiremos dos seus lugares muito menos que andemos com elas à bolandas de um lado para outro (como tenho feito desde que coloquei os patins nos vasos das árvores de fruto).

como muitos humanos, elas são criaturas de hábitos que se ressentem com qualquer mudança mesmo as destinadas a oferecer-lhes uma "melhor qualidade de vida" (mais sol ou menos sombra, maior claridade ou humidade menor).

vivendo em paz consigo e com o mundo, o que é dizer, de acordo com as suas circunstâncias próprias (sabem de que lado e a que horas chega o sol que as aquece, conhecem a direcção e a força do vento que as refresca, estão familiarizadas com as variações entre a luz e a sombra) as plantas sentem-se completamente desorientadas quando tiradas do seu ambiente: deixam de saber para que lado se hão-de virar em busca da luz, em que momento devem esperar a chegada do vento, de que modo se podem proteger da passagem do sol.

the constant teachimg. the constant life.

3.7.09

o último jantar


estes e ouros trabalhos de yonamine estão desde ontem expostos
na galeria cristina guerra, rua de st. antónio à estrela, nº 33






2.7.09

simeter ou big brother?

tenho vindo a tentar perceber como funciona o sitemeter que, como o nome indica, "mede" o site - isto é, quantas visitas houve, quando tempo duraram, o que é que viram, por que porta entraram e por qual saíram, que comentários fizeram, mas também que sistema operativo usam, de que computador escreveram ou leram, até o browser usado e muitas outras indiscrições do género como a língua, o local, o IP, o ID, o IRS até talvez o estado civil. 

o que me permitiu perceber que tenho leitores dos mais insuspeitos que se pode imaginar, trabalhando em locais impensáveis ou imponderáveis e oriundos dos sítios mais improváveis do mundo.

a última descoberta foi a cereja em cima do bolo (de casamento). não é, que depois de duas semanas de gozo com a história do compadre pra cá e da comadre para lá, vem alguém do RU parar a este blog tuga e lisboeta por via de ter perguntado, em inglês, e no google, se "os compadres e as comadres latino-americanos se podem casar entre si?"

para provar, nomeadamente ao compadre e à comadre, que não inventei a história, publico em baixo a página tal como a encontrei no sitemeter apenas assinalando a bold a pergunta feita.

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Domain Name btcentralplus.com ? (Commercial)
IP Address 86.152.177.# (British Telecommunications)
ISP British Telecommunications
Location 
Continent : Europe
Country : United Kingdom  (Facts)
State/Region : London, City of
City : London
Lat/Long : 51.5, -0.1167 (Map)
Distance : 755 miles
Language English (U.K.)
en-gb
Operating System Microsoft WinNT
Browser Firefox 
Mozilla/5.0 (Windows; U; Windows NT 6.0; en-GB; rv:1.9.0.11) Gecko/2009060215 Firefox/3.0.11 (.NET CLR 3.5.30729)
Javascript version 1.5
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batatas

mas afinal o que é que têm as batatas de diferente dos outr@a? sim porquê tanta comoção com as batatas quando já recolhi tantos outros produtos oferecidos pela terra (couves, limões, amêndoas, rúcula, alface, tomate, morango, e montes ervas de cheiros variados)?

talvez tenha a ver com a robustez e o peso delas substanciais se comparados com a fragilidade e a leveza dos produtos verdes; mas também com a cor que é a da própria terra; e muito esta coisa de elas cresceram sempre escondidas do nosso olhar controlador.

como em miúda, com os ovos de páscoa, vou prolongar o mais possível o momento supremo de as saborear.

ode à terra

vá lá saber-se porquê o cavar a terra, hoje de manhã muito cedo, e encontrar umas batatas meio escondidas, mas com o ar de estarem à espera de que alguém as fosse apanhar, foi uma verdadeira epifania na minha recente vida agrícola.

pode ser que venha o cansaço de cultivar e as dores nas costas de cavar, mas por ora só esta actividade me permite alcançar algo parecido com um estado de graça há muito perdido.

amen.

1.7.09

pina bausch

uso alguém (não sei quem) para re-lembrar, a propósito, que na dança o corpo humano é a fusão absoluta do meio e da mensagem.

só para matar saudades

30.6.09

segunda variação sobre a decência e o pragmatismo

dado o relativo sucesso da primeira variação (merecedora de três comentários todos maiores, em quantidade e qualidade, do que o próprio texto do post), prometo, para breve, a composição de uma terceira. este singelo e honesto anúncio conta como a segunda variação desta vulgaridade gloriosa.

29.6.09

copos gueliropos

no algarve, em casa da minha avó, havia sempre dois ou três copos exclusivamente destinados a dar de beber a quem nos batia à porta implorando uma "pinguinha de água".

entre aqueles a quem nessa época remota todos os dias matávamos a sede, havia diferentes tipos de veraneantes mas a maioria era constituida por "pobrezinhos". lembro-me que depois de despejarem, num único trago, a imensa massa do "precioso líquido" contida no imenso continente de vidro, imensamente grosso, no-lo devolviam vazio, submissos e envergonhados, balbuciando desajeitadas desculpas pelo pedido, pela sede, pela pobreza, e comovidos agradecimentos pela água, pelo copo e pela generosidade.

um trisneto dessa trisavó algarvia partiu o último copo que restava desse "serviço" cuja função actual, desaparecida, não a sede, mas a discriminação no acesso à agua, era agora apenas a de me ligar a partes esquecidas ou não reclamadas da minha pessoa.

l' écho avant toute chose

ecos de ecos estes ecos sempre ecoarão. mesmo que, a la saramago, venha o dia em que todos acordamos surdos e mudos. apenas porque sendo o eco do próprio silêncio, este eco é a única voz verdadeira.

28.6.09

back to real life: home gardening

primeiras flores do tomateiro












segunda apresentação da flor de lótus













algumas flores do poejo