5.6.17


esta noite foi o meu pai que me apareceu. uma minúscula figura. uma imagem perdida na lonjura vazia, muito desfocada a paisagem, desbotadas as cores. pequena perdida num cenário como que fotográfico que não soube reconhecer.
ainda não sei quem é a mulher - baixa, franzina, encurvada, coberta por um casaco escuro, grande demais para ela - que parecia escapulir-se de mim, no corredor da casa de lagos.

fui atrás dela e por momentos cheguei a julgar que não a conseguia apanhar mas finalmente, à entrada da sala, consegui jogar lhe a mão e sem força virei-lhe a cara para mim, tentando perceber quem era. reparei que tinha o cabelo grisalho, liso e repuxado para trás.

não era a minha mãe - e porque havia de ser? não lhe conhecia a cara, não a conhecia. acordada já, ou ainda no sonho, perguntei me se a mulher que me fugia, na minha casa de lagos, não era eu própria.
vesti anteontem o pijama do avesso e achei que o presente seria um namorado. apareceu logo um candidato. acho-o giro, temos vivências comuns e talvez alguns gostos, é solto e divertido. e tem dinheiro, deus me valha. poderia ter uns anos mais tranquilos desse ponto de vista. mas, sobretudo, podia ter um amigo, quero dizer uma relação. seria um sonho. até hoje me pareceu não ao possível mas até apetecível ter uma qualquer vida sexual com ele. única dificuldade: tem uma namorada.

foi diferente a minha participação na reunião dos condóminos. mais assertiva e a querer "tudo em grande" (não a estou a reconhecer...) notou irónica a mc.