14.9.07

o acaso e a liberdade

leio, no público, a propósito da chegada a lisboa do filme "tianbian yi duo yun" (uma nuvem no horizonte)e transcrevo sublinhando o que mais me interessa: "cada pessoa é uma nuvem, como na imagem do meu filme. não somos autónomos, não temos liberdade suficiente - o destino empurra-nos, comanda os nossos encontros, como o vento empurra as nuvens, e isso torna as relações humanas e os encontros ocasionais muito preciosos"- palavras de tsai mingliang, não sei em que língua ditas nem por quem traduzidas para português. sei que gostei de me ver como uma nuvem, leve e flutuante, movendo-me sem esforço ou propósito próprios, para sempre aberta a tudo por que passo e a todos os que passam por mim. o acaso na origem e regulação da vida, o acaso como o meio de conciliar a liberdade com a sua ausência,