9.9.07

(in)substituiçoes

- oh avó hoje quando a mãe ligar eu queria ter uma conversa privada com ela. posso?
- claro, filhota. ou sai você da sala ou saimos nós para você poder falar sozinha com a mãe. a minha rapariga está com muitas saudades dela é?
- tenho algumas...
- coitadinha da minha rapariga querida. só tenho pena é de não poder substituir a sua mãe.
- sim, mas a mãe também não pode substituir a avó...
engoli em seco mas antes de me recompor do conteúdo (eu, insubstituível?) e da forma (a doçura firme da voz), da resposta, já ela estava a perorar, no registo, agora desprendido de uma filosofia pragmática, sobre a impossibilidade de qualquer coisa, nestemundo, poder substituir outra.