quando aqui há bastante tempo atrás constatei a minha forte apetência pela monodomia e confessei as minhas variadas dificuldades e contrariedades em (man)ter duas casas, desconhecia este provérbio francês: "qui a deux femmes perd son âme, qui a deux maisons perd la raison".
agora, e apesar de me saber a ocupar um lugar que não me é destinado (o ponto de vista sendo, claro, o do masculino - espécie de género universal e "natural", ou sexo cultural, da língua), percebo pela primeira vez o que se passa em migo nos últimos tempos: nada mais nada menos que um verdadeiro e grave split de personalidade provocado pela persistência do viver sempre na casa em que já, ou ainda, não vivo.
parece ser uma impossibilidade de aceder ao presente o que, não admira, deve ser causa suficiente para a perda de razão. mesmo para um ser humano do género feminino (e de orientação heterossexual).
* por razões óbvias este post esteve para se chamar nuits de pleine lune mas, por razões umas mais óbvias do que outras, não foi assim chamado.
4 years ago