27.4.10

interessantíssimos (e continuando o 25 de abril mood)

estes quatros documentários que ontem vi na cinemateca (a que pertence, com poucas alterações, o texto abaixo):
"Herdade do Zambujal" (1975) documenta a ocupação de uma herdade e a sua administração pelos trabalhadores, mas também pelo próprio modo de produção colectiva do filme (assinado pela UPC nº1 do Instituto Português de Cinema
"Pintura Colectiva" regista um modo de empenhamento comunitário que se multiplicou um pouco por todo o país, mas aqui representado numa configuração “erudita”, juntando nomes sonantes da cena artística e cultural portuguesa dos anos setenta: Noronha da Costa, Fernando de Azevedo, Joaquim Rodrigo, Lourdes Castro, Costa Pinheiro, Eduardo Batarda, António Palolo, e dezenas de outros artistas plásticos, e ainda Raul Rego, João Bénard da Costa e o grupo de teatro A Cornucópia.
"Madanela" (1977), de Manuel Costa e Silva, documenta uma festa religiosa com características “laicas” (não seriam antes pagãs?) e inscreve-se, como tantos outros filmes sobre o mundo rural português do mesmo período, nas tentativas de corrigir a imagem folclorizada do “povo” veiculada durante a ditadura.
(...) exibe a urgência etnográfica típica dos registos de uma cultura em desaparecimento (ou pelo menos vista como tal).
"Guiné-Bissau: Independência" (1977), de António Escudeiro, completa este panorama das questões “quentes” do pós-25 de Abril com a sua síntese histórica sobre a independência da Guiné Bissau, que percorre a história do país desde a sua colonização até à admissão na ONU, passando pela guerra de libertação e pelo complexo processo negocial após o 25 de Abril.