17.4.10

foi a meio da noite

que o analista entrou pelo quarto adentro, e, depois de encostar à parede o grande espelho que levava com ele, se foi sentar na borda da tua cama, pedindo para ver a casa.
o grande desarrumo e a sujidade acumulada, iluminadas por um sol primeiro e filtrado pela qualidade inefável das teias de aranha que rendilhavam a totalidade vertical e horizontal de salas e corredores, era uma imagem de tal forma esplendorosa que acabaste por não ver, no espelho, como eras vista. uma oportunidade perdida.