3.10.09

a vida nua

ando divertida e dividida entre a velha complexidade de o nu impossível (f. jullien) e a nova simplicidade de a vida nua (no sentido de c. agamben). sempre portanto na tensão entre o vestido e o despido.
e também, afastando-me de jullien para me aproximar de agamben, entre as ideias de zoe e de bio. isto é o do homo sacer e da "vida nua", noção contrária a um qualquer e hipotético contexto original, ou natureza não codificada social e politicamente, mas espaço altamente artificial, mundo da desprotecção e do exílio a que as estruturas de poder condenam as formas de vida que não se submetem à sua ordem.

30.9.09

explicação do silêncio

durante o mês de setembro, na minha casa no algarve, quando dedicava boa parte do meu tempo à análise dos contos chineses, que tinha levado comigo para efeitos de tradução, fui surpreendida com a intimação, por parte de destacadas personalidades no mundo das relações entre portugal e a china, exigindo-me que interrompesse as férias e viesse a lisboa falar sobre esse tema, UMA semana depois.
esta situação, que  ultrapassa todos os limites da  conveniência, forçou-me a encerrar temporariamente este meu espaço privilegiado de convivência. o meu silêncio, não decorrendo de uma escolha pessoal e livre, só acabará quando acabar o discurso que estou a preparar. em suma, não posso falar porque me estou a preparar para falar.

27.9.09

chesterton

the whole modern world has divided itself into conservatives and progressives. the business of progressives is to go on making mistakes. the business of the conservatives is to prevent the mistakes from being corrected. 

à superfície


25.9.09

o voto dos outros (2)

e deste, desculpem lá mas é novamente do  neves, outra "declaração de voto" (no BE) isto:
Tenho muitas críticas a fazer em relação ao Bloco e ao PCP e a cada dia que passa estou mais seguro de que a política que faz falta é a que se faz à margem dos partidos e do Estado (...) Isto não significa que a presente refrega eleitoral me seja indiferente (...) ao seguir a campanha na tv, não consigo deixar de sentir que aquela também é a “minha gente”. E, quando digo “aquela”, digo os homens e mulheres que fazem a militância do Bloco e do PCP. Posso achar que canalizam as suas energias para um confronto que não é o mais importante, esse da história dos passos perdidos,  mas a importância que atribuem ao confronto que estão a travar empresta-me a sua própria inquietação. 

o votos dos outros (1)

de um post do cinco dias, assinado tms e intitulado "declaração de voto" (na CDU) transcrevo isto:
Independentemente das críticas e erros que possam ser apontados ao PCP, o que acabei de referir e a sua história recente, levam-me a poder afirmar sem grandes reservas, duas coisas:
- o PCP não integrará um governo cuja acção política não represente uma profunda ruptura e mudança com o que foi feito até hoje, e nunca cairá no erro da “política dos pequenos avanços” tentada em Itália (com Prodi) ou em França (com Jospin), e cujas consequências são hoje bem visíveis;
- o voto e o apoio do PCP não faltará, a qualquer política ou iniciativa de esquerda de um futuro governo.

a vida para lá das eleições

parece bonito. apetece ver.
até lá pode-se espreitar aqui.

24.9.09

indecisos de todo o país uni-vos!

prece do zé neves que ele desmerece por lhe parecer ser à la simplex:
"não deixa de ser divertido que, uma vez eliminada a hipótese de uma vitória do PSD, e colocando-se a hipótese de uma nova maioria absoluta Sócrates, o voto “útil” à esquerda acabe por ser o voto no PCP e no BE,  a fim de impedir a maioria absoluta e de criar condições para um governo Sócrates um pouquinho mais à esquerda."

PS (mas da ala esquerda)
alguém me perguntou de onde me vinha esta intimidade com o "zé neves", ou seja, porque é que uso sempre 'zé' em vez de 'josé'. 
passo a enumerar algumas razões que me ocorrem de momento: 
a) porque foi assim que ele me foi apresentado; 
b) porque lendo-o há muito tempo, e com muito gosto, sinto-o como um velho amigo;
c) porque podendo eu ser sua mãe, o uso do diminutivo não corre o risco de ser tomado por assédio intelectual (qual sexual...); 
d) porque já estivemos "juntos" num casamento, na casa do alentejo, (apesar de não nos termos visto eu sabia, pela noiva, que ele lá estava...). 
chegam estas razões? 
não, ainda arrisco mais uma: porque é assim que ele se assina (esta é palpite a confirmar depois de publicado o post que assim, além de apelo aos indecisos, é também teste à memória visual, estilo 'lemos o que vemos ou o que queremos')

23.9.09

comentários anónimos

já me andavam a maçar. por isso mudei os "settings" desta coisa.
agora os ilustres comentadores sem conta na google terão de abrir uma. não é difícil, basta seguir as instruções fornecidas in loco.
obrigada e agradecida.