7.8.09

área das humanidades

por via das pessoas que se encontra e com as quais se pode conversar, gosto de andar de eléctrico, de autocarro e sobretudo de táxi. mas não desdenho outros locais de concentração popular como os parques e os jardins por exemplo.
agora, que estou na praia, reparo que o termómetro, com que diariamente verifico a temperatura da água do mar, constitui um instrumento de interacção social tão interessante como a criança, que se leva no carrinho, ou o cão que se passeia pela trela. há dias em que ainda não cheguei à beira mar e já lá tenho pessoas à minha espera. ou melhor, à espera do meu termómetro.
as conversas por ele encetadas, em muitas e desvairadas línguas - embora os portugueses pareçam ser a etnia que mais interesse mostra pela temperatura da água - raramente são sem consequência. no dia seguinte já se diz bom dia e três dias depois estamos a partilhar ameixas ou a trocar uvas por bolas de berlim.
claro que isto só funciona quando se está na praia sem companhia: basta ir com um amigo ou com uma namorada para ninguém se aproximar de nós.