9.8.08

para além disto e daquilo

decerto mais pungente no filme (simulacro e realidade) da libertação dos reféns do banco, houve um "pequeno" pormenor no qual reparei como decerto outras pessoas: do princípio até ao fim do seu relato, o jornalista da SIC - que nada sabia sobre os reféns excepto que eram empregados do banco (bancários, não banqueiros que senão esta história seria outra) - referiu sempre o homem por "o gerente" e a mulher por "uma funcionária" do banco.
não vale a pena indignarmo-nos (como aconteceu comigo) com a "naturalidade" desta distribuição sexista de papéis sociais e posições hierárquicas. de resto, bem natural...
o que vale a (minha) pena, neste caso, é a mera vaidade pessoal: mal entrevi os reféns pensei com gozo íntimo - e com base na mera experiência de cliente de banco - que a mulher, por ser muito mais nova do que o homem, tinha mais probabilidades de ser a gerente. o que havia de embaraçar o pobre do jornalista sexista.
quando no final do filme se percebeu que o homem é que era o subordinado (e que eu estava "certa") perguntei-me se o jornalista (duplamente errado) teriaa tido tempo ou inteligência suficientes para se questinar a si próprio em vez de fazer perguntas burras e irrelevantes ao painel de polícias que no dia seguinte lhe puseram na frente.