20.6.07

lisboetas e sinização

peço desculpa aos lisboetas pela acusação que lhes fiz de desfazerem a cidade não percorrendo a pé as suas ruas nem circulando ou estacionando o corpo nas suas praças. isto é, de não fazerem (uma) cidade. a verdade é que hoje (vi)vi, com outros lisboetas, a cidade. depois de ouvir, na telefonia, o anúncio da instalação, no jardim da estrela, de uns "equipamentos urbanos" para as pessoas mais velhas fazerem movimentos de variada ordem, apressei-me a ir experimentá-los. qual não foi o meu espanto quando encontro, em roda de todos eles (não, não é um local colorido e demarcado, qual parque infantil, como em pequim, mas umas máquinas de ar sisudo e cinzento espalhadas pelo jardim inteiro) diferentes grupos de pessoas. como, julgo que para animar o evento, a aula de ginástica da junta de freguesia foi hoje feita no jardim, havia também muitos velhos, e alguns novos, a fazer os mais variados exercícios. entre os quais anotei, boqueaberta, uma mulher a andar para trás. se isto não é a globalização a fazer-se, também, de lá para cá, não sei o que é. i mean, uma senhora portuguesa a andar para trás não é apenas uma senhora a andar para trás. é também uma cultura (?)/sociedade (?)/ tradição (?) a andar para a frente...