25.5.07

jamé

a única coisa que verdadeiramente me choca na história do lino é o seu 'jamé'. ainda por cima obscenamente repetido por duas vezes: "jamé... jamé". quanto ao resto, texto e contexto, nada tenho a criticar. a ideia do deserto acho-a muito apelativa: no espaço aproxima-me dos países do norte de áfrica, isto é, do sul da europa, do lago-mar onde os dois continentes se misturam; no tempo, remete-me para a refinada civilização da 'margem sul', e para os árabes e/ou moçárabes que estão na sua origem, e na nossa. o mesmo discreto entusiasmo sinto pela perspectiva do país separado em dois pela dinamitação das pontes; desde que, naturalmente eu possa ser das happy few que podem continuar a viver na e da 'margem sul'. aí me prevejo finalmente livre de 'eles' (no sentido em que o pronome é usado correntemente em português, "todos os que mandam em nós, que têm poder sobre nós, em suma, todos os que nos chateiam"). i mean, a poder ser um pouco mais solta, a poder viver um pouco mais à deriva, a poder andar um pouco mais à fresca.