

(tongxuemen nimen yinggai qu kankan, tingting).
como pessoa parece ter a reserva e a modéstia do jia zhangke e como cineasta parece fazer parte da mesma "linhagem" , ou, como dizem os chineses, da mesma geração de cineastas (a 6ª).
se, como tendo a acreditar, os nomes dos filmes fazem parte integrante deles, o título deste é outro indício de que o filme não é um acto de militância política contra a pena de morte (como alguns o quiseram catalogar) mas uma história sobre a importância das relações humanas, sobretudo da relação homem-mulher: é no comboio da noite que a protagonista se desloca repetidamente à cidade onde tenta encontrar um homem com quem possa encetar uma nova relação amorosa. ao dizer isto não estou a negar a importância, para a história do filme, de o trabalho (a vida?) da protagonista consistir na execução de mulheres condenadas à morte; nem a importância, para a história da humanidade, de o bom cinema, mesmo de ficção, ser sempre documental. ora, e se como o mestre nos ensinou, a documentação da história serve para louvar ou para censurar, não admira que, tal como os príncipes do seu tempo tremeram quando ele escreveu o chunqiu, as autoridades do nosso tempo se assustem com os juízos morais explícitos ou implícitos na escrita do cinema. diao yi'nan contou que o filme ainda não foi apresentado à comissão de censura pelo que ainda não sabe se ele vai poder ser visto na china ou não. no entanto, acrescentou, é opinião dos seus amigos que viram o filme, que ele vai fazer tremer os congéneres actuais dos príncipes do tempo de confúcio.