2.5.07

women (e tamen)

a leitura deste artigo faz-me pensar se aquilo que os humanos têm dentro e fora da cabeça não depende mais da morfologia sexual do que da constituição cerebral. a denúncia que é aqui feita interessa-me sobretudo pelo que dela se pode extrapolar para situações nas quais a discriminação das mulheres, por ser menos exterior, menos explícita, pode ser-lhes, talvez, mais gravosa, pelo menos a longo prazo. não será mais fácil lutar contra a proibição, explícita, de sair à rua sem nada FORA da cabeça do que contra a visão-do-mundo, implícita na acusação de não se ter nada DENTRO da cabeça, apesar de se ter uma carreira política atrás de si e uma difícil vitória contra o preconceito masculino 'socialista'? não são as armas, literais ou figuradas, tangíveis num caso e intangíveis no outro? não é verdade que a discriminação das mulheres aparece, num caso (como resultado do que seria uma tradição obscurantista e uma cultura essencialmente fundamentalista) e (des)aparece no outro (sob o que seria um iluminismo libertador e uma cultura moderna historicamente relativa e plural?