17.1.10

bodas sem sangue

a noite passada fui (como convidada) ao segundo casamento de um embaixador reformado. a mulher com quem ele se casava era demasiado parecida com uma outra mulher que eu conhecia bem mas de cuja identidade não me consegui lembrar. tanto a cerimónia civil, que foi privada, como o copo de água, em que participei ainda que com sono e sem grande vontade de comer ou beber, decorreram de noite o que chocou os convidados mais velhos e agradou às crianças, que, como se sabe, gostam de ir tarde para a cama. os noivos, que já viviam juntos há muitos anos, partiram para lua de mel com um filho crescidote e um primo colateral de meia-idade. uma vez chegados ao destino final mandaram à família uma mensagem sms, assinada pelos quatro, comunicando que desta vez tinham conseguido agarrar o pássaro. o que me levou a deduzir terem ido de avião. é verdade que também podiam não estar a metaforizar tendo efectivamente caçado uma ave marinha, caso a viagem tivesse sido feita de barco,  ou até um pardalito do campo se por acaso tivessem tomado a auto estrada do norte. pelo sms, cujo fundo era colorido e  muito decorado, pareciam contentes.