11.2.09

欢迎!

o mais antipático par de lojistas do rato, estranhamente os mais antigos da zona, acabam de dar lugar a dois jovens (chineses), de ar inteligente e afável, que assim passaram a ser, senão os mais simpáticos (tenho lá vários amigos igualmente simpáticos) pelo menos os mais recentes comerciantes do largo (se é que 'largo' se pode chamar a esse mal parido espaço urbanístico, espécie de corredor, mais estreito que largo, torto e desnivelado).

deparando hoje com o que ontem era a loja dos sapatos tristes e monótonos, entre os quais se destacavam sempre as pantufas e as chinelas, transmudada em loja de roupa colorida e de acessórios
brilhantes, não resisti a entrar.

desci os degraus com o familar
sentimento de incómodo pela perspectiva do encontro-confronto com o mal encarado patrão e com o militantemente desagradável empregado. mas, ao dar de caras com o grande sorriso aberto de uma rapariga e o olhar directo e simpático de um rapaz, foram as "boas vindas" que me sairam da boca e não as "boas tardes". eles, ou por não estarem à espera do conteúdo do cumprimento da freguesa, ou por sentirem na forma dele um entusiasmo genuíno, pararam o que estavam a fazer e perguntaram-lhe, com um misto de doce ironia e inteligente admiração, porque é que ela os achava "bem vindos" ao largo do rato. ao que a freguesa, sabe deus porquê, subitamente lembrada da maria parda, respondeu que antes queria gente nova que a levasse do que gente da sua idade que a derrubasse. não sem antes lhes ter explicado, bastante eufemisticamente, que os senhores que dantes lá estavam não eram nada "calorosos" com os clientes.