15.1.09

a pensar na c.ap.

sempre acalentei o desejo de fotografar o mundo na(s) formas e na(s) cores por que o vejo. formas fugidias e cores confusas, mais dependentes do grau de cansaço, ofuscação e tremura dos meus olhos do que da realidade do real. mas sei há muito tempo que não o poderei fazer já que toda a máquina fotográfica se arroga o direito de me dar, não o que vejo nem como o vejo, mas o que ela vê e como ela o vê. não deixa, no entanto, de me indignar esta coisa de uma máquina fotográfica não ser, como devia, um instrumento concebido para mostrar o resultado do olhar de quem olha, por seu intermédio, mas exactamente para o apagar.