no semestre passado, o processo da avaliação foi bastante divertido. depois de vários dias sem ter qualquer ideia para um enunciado de exame que, além de avaliar, pudesse também aprofundar e/ou sistematizar, os conhecimentos dos alunos (além, naturalmente, de os divertir no melhor sentido da palavra), houve uma noite em que se fez um clique - e se a realização do exame consistisse na produção do próprio exame? quanto mais pensava na ideia mais ela me entusiasmava: que melhor maneira para arrumar as ideias do que associá-las e classificá-las, no todo organizado e coerente que é necessário ter na cabeça, para se poder fazer perguntas sobre elas? que melhor forma para pôr o meu próprio programa, metodologia e avaliação a serem avaliados por quem me interessa realmente ser avaliada? e que melhor sondagem aos interesses reais dos alunos ao frequentarem aquele curso?
o resultado final, da minha parte, foi um enunciado particularmente curto e que rezava assim: "este exame consta de duas partes: na primeira deverá escrever um breve programa para a cadeira de XI, do qual constem os objectivos, a descrição, a metodologia e a avalição do curso; na segunda deverá escrever um enunciado de exame destinado a testar a aquisição, por parte dos alunos, dos conhecimentos adquiridos durante a realização desse mesmo curso".
do lado dos alunos, os resultados variaram: houve um rapaz que ao entregar-me o exame me confessou sair frustrado por não ter podido fazer o exame que tinha acabado de fazer; e houve uma rapariga que, na aula seguinte, me disse que o "meu método" tinha sido tão apreciado que até ia ser adoptado (pelos seus pais, ambos professores).
a apreciação do exame vai assentar, naturalmente, na resolução, durante a próxima aula, dos diferentes exames por parte dos seus autores: os próprios e os alheios. o que, espero, contribue para aliviar a frustração do jovem aluno que além de perguntar também tinha querido responder (às suas próprias perguntas).
4 years ago