5.6.17

ainda não sei quem é a mulher - baixa, franzina, encurvada, coberta por um casaco escuro, grande demais para ela - que parecia escapulir-se de mim, no corredor da casa de lagos.

fui atrás dela e por momentos cheguei a julgar que não a conseguia apanhar mas finalmente, à entrada da sala, consegui jogar lhe a mão e sem força virei-lhe a cara para mim, tentando perceber quem era. reparei que tinha o cabelo grisalho, liso e repuxado para trás.

não era a minha mãe - e porque havia de ser? não lhe conhecia a cara, não a conhecia. acordada já, ou ainda no sonho, perguntei me se a mulher que me fugia, na minha casa de lagos, não era eu própria.