2.6.10

alba, de E. de Andrade

como se não houvera
bosque mais secreto,


como se as nascentes
fossem só ardor,


como se o teu corpo
fora a vida toda
,

o desejo hesita
em ser espada ou flor.



este belíssimo poema (que reli no FB de um amigo) bate-me (leia-se, dói-me); é com ele que me debato (leia-se, me inquieto) num debate à volta de uma pergunta (cuja natureza pateta, mas também patética, dificulta o aparecimento de uma resposta na alba): não é este poema um exemplo de texto que só uma pessoa do sexo masculino (poderia) escrever(ia)?