28.8.08

28-08-1998

dez anos hoje.
logo daqui a um mês mais outros quarenta. pelo que, se as contas estão certas, entre as duas despedidas primordiais, fundamentais e fundafectivas, passaram trinta anos. passou, em grande medida uma vida, ou, para não usar um eufemismo, passou a vida.
da primeira vez começava o outono, da última acabava o verão pelo que a qualidade do momento foi sempre a da transformação: do grande calor para o pequeno frio. o ar era leve e fresco, o verde não brilhava agressivo, o azul e o branco da cal não eram estonteantes. o mundo aprazível e como que acolhedor na sua mais perfeita temperança.
lembro-me das diferentes cores e brilhos do castanho em mim: forte, cor fértil de terra lavrada mas florido sobre branco, da primeira vez, liso e esbatido com um brilho baço no qual aflora ainda a ideia do branco, na segunda. por acaso apropriados para os dois momentos tão iguais entre si e tão diferentes em mim. e daí, quem sabe o que rege, de facto, as nossas escolhas sejam elas grandes ou pequenas?